INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS


Quem deixa a Deus por Deus não o perde, antes o assegura. Deus é Caridade; e, assim, a alma que por respeito da Caridade se priva de Deus, aparta-se donde na verdade fica, e fica donde parece que se aparta.  Assinale a afirmativa correta a respeito do texto acima. 

A linguagem descritiva e a ausência de argumento dogmático caracterizam o estilo renascentista do fragmento.
A linguagem pleonástica na construção de efeitos sinestésicos caracteriza o estilo cultista desse fragmento narrativo. 
O enfoque maniqueísta do narrador, associado à linguagem emotiva, justifica classificar o fragmento como romântico. 
O tratamento dado à temática religiosa mostra que o fragmento pertence ao Trovadorismo, estilo de época da Idade Média.
A temática religiosa e o jogo de antíteses, presentes nesse fragmento dissertativo, identificam seu estilo barroco conceptista. 
Sobre a Estética da Recepção, analise as afirmações que seguem:   I-             A teorização sobre o leitor foi recebida como algo que anulasse os estudos historicistas que visam, ainda hoje, relacionar a obra com um dado período histórico. II-            As correntes que passam a considerar o leitor não impedem que as obras, os autores sejam estudados em relação a seus contextos de origem.   III-           A tentativa de resgatar o momento inicial da recepção das obras permite ampliar a compreensão sobre o relacionamento entre obra e público, assim como a leitura de obras do passado vão constituir um novo campo de recepção com consequências infinitas para a criação literária. IV-          A concepção de uma história linear, progressiva é substituída por uma concepção dinâmica em que autores, estilos, épocas vão dialogar entre si, possibilitando sempre novas leituras e novas recepções dos textos. V-           Foi uma tentativa de, segundo Hans Robert Jauss, “tentar vencer o abismo entre a contemplação histórica (cega para a forma) e a contemplação estética (cega para a história) da literatura.” (JAUSS, 1994, p.74) São CORRETAS as afirmações contidas em:

I, II, III, IV, apenas.
I, II, IV, V, apenas.
II, III, IV, V, apenas.
I, III, IV, V, apenas.
I, II, III, IV, V, apenas.

Para responder a esta questão, leve em consideração a leitura e os estudos realizados dos poemas: “Os sapos”, de Manuel Bandeira; e “Ode ao burguês”, de Mário de Andrade.

 

Os poemas “Os sapos” e “Ode ao burguês” têm traços poéticos semelhantes? A alternativa que melhor responde a este questionamento é:

 


Tanto “Os sapos” quanto “Ode ao burguês” foram produzidos dentro de um pensamento simbolista e se caracterizam por fazerem críticas. O primeiro, à forma de fazer poesia, o segundo, à classe burguesa.


Tanto “Os sapos” quanto “Ode ao burguês” foram produzidos dentro de um pensamento modernista e se caracterizam por fazerem críticas. O primeiro, à classe burguesa, o segundo, à forma de fazer poesia.


Tanto “Os sapos” quanto “Ode ao burguês” foram produzidos dentro de um pensamento realista e se caracterizam por fazerem críticas. O primeiro, à forma de fazer poesia, o segundo, à classe burguesa.


Tanto “Os sapos” quanto “Ode ao burguês” foram produzidos dentro de um pensamento realista e se caracterizam por fazerem críticas. O primeiro, à classe burguesa, o segundo, à forma de fazer poesia.


Tanto “Os sapos” quanto “Ode ao burguês” foram produzidos dentro de um pensamento modernista e se caracterizam por fazerem críticas. O primeiro, à forma de fazer poesia, o segundo, à classe burguesa.

Analise as características a seguir:

I. Prestou-se a uma farsa.

II. Causa da sedução de Estácio.

III. Falsa filiação.

IV. Realização amorosa.

V. Vítima de preconceitos.

São características da heroína Helena, de Machado de Assis, apenas as contidas em:


I, II, III, V.


II, III, IV.


III, IV, V.


I, II, III, IV.


I, II, V.

Com base nos estudos realizados no capítulo “Noção de Literatura”, analise as afirmações que seguem:

I.A literatura é considerada um domínio heterogêneo e não um domínio complexo, como definido por Wellek.

II.Segundo Wellek, a literatura é um domínio complexo, deixando subentendido que, para defini-lo, seria necessário considerar todos os seus aspectos em conjunto.

III.Culler defende que apesar do caráter manifestamente central do conceito de literatura, deve-se perceber que não há uma definição satisfatória da linearidade para a questão.

IV.A consciência do caráter heterogêneo da literatura fez com que estudiosos preocupados, não somente com a definição da literatura, mas com a sua problematização começassem a discutir a legitimidade desta noção.

V.De acordo com Frye, as exigências da significação das estruturas verbais literárias externas são secundárias, pois as obras literárias não pretendem descrever ou afirmar a realidade.

 

São CORRETAS as afirmações contidas em:


I, II, III, IV.


II, III, IV, V.


I, II, IV, V.


I, III, IV, V.


I, II, III, IV, V.

Para que uma entidade seja considerada “estrutural”, o que é necessário? Assinale a alternativa CORRETA:


Que constitua um domínio heterogêneo.


Que constitua um domínio homogêneo.


Que inclua as formas de expressão artística.


Que possua qualidades/características divergentes.


Que constitua uma entidade funcional.

A atual crise no campo dos estudos literários é, em suas raízes, uma crise da definição da própria matéria. (Terry Eagleton)

 

 A epígrafe descrita anteriormente nos mostra a dificuldade de se chegar a uma definição de literatura. Com base em seus estudos sobre a noção de literatura, analise as afirmações que seguem:

 

      I.        O fato de nos depararmos com duas definições de literatura prova que o domínio da literatura não é uno, não é homogêneo, mas que o domínio que inclui instâncias de natureza diferente, que são os gêneros, o que faz com que ela só possa ser considerada como uma entidade funcional, nunca como uma entidade estrutural.

    II.        Para que uma entidade possa ser considerada “estrutural” é preciso que ela constitua um domínio homogêno, ou seja, todas as instâncias que assumem uma mesma função, ou seja, que estão incluídas nessa entidade, têm de possuir uma natureza comum e apresentar as mesmas propriedades. Do contrário, ela não será uma entidade estrutural e não poderá, portanto, ser definida. Será, quando muito, uma entidade funcional.

   III.        Um conceito que pretendesse englobar todos os aspectos julgados relevantes nos textos literários, acabaria por negar-se enquanto conceito, porque lhe faltaria a necessária homogeneidade (ou coerência).

  IV.        O que inviabiliza toda e qualquer tentativa de definição da literatura, não é outra coisa senão o caráter heterogêneo deste domínio. É esta heterogeneidade que nos impede de descobrir um denominador comum a todas as produções literárias. Na medida em que as características do que se considera como literatura relevam de instâncias ou gêneros diferentes, não há como estabelecer um conceito incontroverso de literatura.

   V.        A existência de uma entidade “funcional” literatura não implica, necessariamente, a existência de uma entidade “estrutural”. São coisas completamente diferentes. Estas duas noções devem ser rigorosamente distinguidas, como acentua Todorov. (s/d, p. 12). A uma entidade funcional não corresponde forçosamente uma entidade estrutural. Este é o caso da literatura.

 

São CORRETAS as afirmações contidas em:


I, II, III, IV, V.


I, II, V, apenas.


II, III, IV, V, apenas.


III, IV, V, apenas.


I, II, IV, V, apenas.

“Toda a cidade derrota

Esta fome universal;

Uns dão a culpa total

À câmara, outros à frota.

A frota tudo abarrota

Dentro nos escotilhões

- a carne, o peixe, os feijões –

E se a câmara olha, e ri

Porque anda farta até aqui,

É cousa que me não toca.

Ponto em boca!” (DAMASCENO, Darcy (Seleção). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Global, 2001, p.98)

 

Uma das características de Gregório de Matos é a utilização de frases explicativas antes de seus poemas. Qual das alternativas a seguir representam a explicação dada sobre o fragmento apresentado anteriormente?

 


“Sátira à cidade da Bahia, em ocasião que estava a frota nela”.


“De uns clérigos que foram da cidade à casa de outro”.


“A um sujeito queimando-se-lhe a casa em que morava”.


“Indo o autor a uma ilha fez este romance a uma mestiça por nome Anica, que estava lavando roupa”


“Contra os plebeus e néscios do Brasil”.

TEXTO I: "O Vale de Santarém é um destes lugares privilegiados pela natureza, sítios amenos e deleitosos em que as plantas, o ar, a situação, tudo está numa harmonia suavíssima e perfeita; não há ali nada grandioso nem sublime, mas há uma como simetria de cores, de sons, de disposição em tudo quanto se vê e se sente, que não parece senão que a paz, a saúde, o sossego do espírito e o repouso do coração devem viver ali, reinar ali um reinado de amor e benevolência. (...) Imagina-se por aqui o Éden que o primeiro homem habitou com a sua inocência e com a virgindade do seu coração. À esquerda do vale, e abrigado do norte pela montanha que ali se corta quase a pique, está um maciço de verdura do mais belo viço e variedade. (...) Para mais realçar a beleza do quadro, vê-se por entre um claro das árvores a janela meio aberta de uma habitação antiga, mas não dilapidada - (...) A janela é larga e baixa; parece mais ornada e também mais antiga que o resto do edifício, que todavia mal se vê..." (Almeida Garrett, "Viagens na minha terra".)

TEXTO II: "Depois, fatigado do esforço supremo, [o rio] se estende sobre a terra, e adormece numa linda bacia que a natureza formou, e onde o recebe como um leito de noiva, sob as cortinas de trepadeiras e flores agrestes. A vegetação nessas paragens ostentava outrora todo o seu luxo e vigor; florestas virgens se estendiam ao longo das margens do rio, que corria no meio das arcarias de verdura e dos capitéis formados pelos leques das palmeiras. Tudo era grande e pomposo no cenário que a natureza, sublime artista, tinha decorado para os dramas majestosos dos elementos, em que o homem é apenas um simples comparsa. (...) Entretanto, via-se à margem direita do rio uma casa larga e espaçosa, construída sobre uma eminência e protegida de todos os lados por uma muralha de rocha cortada a pique." (José de Alencar, "O guarani".)

TEXTO III: "Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes." (Cláudio Manuel da Costa, "Sonetos-VII".)

 

Em algumas histórias de literatura e, até mesmo, em ensaios críticos sobre poesia brasileira, encontram-se afirmações sobre a presença de características barrocas nos sonetos de Cláudio Manuel da Costa. No texto III, pode-se comprovar, de fato, a existência de algumas características barrocas que, todavia, não poderiam ser comprovadas de modo absoluto com: 


a colocação dos termos da oração em "que faziam perpétua a primavera".


a colocação dos termos da oração em "Árvores aqui vi tão florescentes".


a antítese entre "aqui" e "ali".


 as antíteses entre os tempos verbais do modo indicativo. 


a antítese entre "vale" e "monte". 

No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo. 

“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957). 

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:


 Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... 


 ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. 


 ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ... 


... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...


Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ...